O Catecumeno responde
- ocatecumeno
- 1 de dez. de 2021
- 15 min de leitura
São inúmeras as críticas e os ataques por parte dos protestantes contra o catolicismo, o que gera uma rejeição muito grande por parte deles à Igreja Católica. Será que essas críticas, a história contada, os argumentos e questões são razoáveis? Afinal, a Igreja é esse monstro que pintam por aí sendo chamada até mesmo de prostituta da babilônia? Este é o primeiro de muitos posts que serão direcionados exatamente a estes ataques mais comuns que encontramos pela internet, para esclarecer a doutrina e a história da Igreja. Para isso, iremos direto às fontes que se armam contra Ela, respondendo pontualmente aquilo que declaram em seus escritos. No site got questions (link para íntegra do post aqui respondido) começamos com vários dogmas católicos tidos como heréticos pelo autor: os dogmas marianos, intercessão dos santos, sucessão apostólica, batismo de bebês, purgatório entre outros. Temas estes que terão um post particular para cada um a fim de os tratar com mais profundidade. Falaremos do ponto principal da pergunta: qual a origem da Igreja Católica? Em itálico, estão os dizeres do link acima.
“Pelos primeiros 280 anos da história cristã, o Cristianismo foi banido pelo Império Romano, e os cristãos foram terrivelmente perseguidos. Isto mudou depois da “conversão” do Imperador Romano Constantino.”
A perseguição à Igreja foi intensa, com mortes terríveis no coliseu e em locais públicos, mártires que se recusaram a sacrificar aos deuses e ao imperador. Estes mártires eram membros de um mesmo corpo, no mesmo Espírito, fé, batismo, no mesmo Deus e na única igreja de Cristo … a Católica. Não havia separação de denominações com dezenas de milhares de crenças e pontos de fé discordantes entre si, todos se empenhavam para preservar a fé e a Igreja em unidade. Ora, Inácio de Antioquia por volta do ano 95 d.C já professava a Igreja Católica. É insensatez supor que a conversão de uma autoridade ao cristianismo é algo maligno, ainda que seja interpretada como mera simpatia.
“Constantino “legalizou” o Cristianismo pelo Edito de Milão, em 313 d.C.”
Antes disso, toda a organização da Igreja já existia, inclusive se reunindo nas casas e em catacumbas para a celebração da Eucaristia no dia do Senhor (domingo), o que encontramos na bíblia e na patrística. Além de amplamente documentado na história e na arqueologia. Também já havia hierarquia na Igreja, o que se observava ainda na época dos apóstolos como nos sínodo de Jerusalém em 50 d.C relatado em Atos 15. Além das cartas de São Paulo que fala sobre bispos, diáconos e outras autoridades eclesiásticas. Inclusive o já citado Inácio de Antioquia era bispo em Antioquia sucessor do apóstolo Pedro que havia ido para a igreja de Roma. Desmistificando a ideia protestante de que o cristianismo era desprovido de organização estrutural física e teológica, não só era estruturado como o era universalmente. Para os primeiros cristãos a Igreja foi instituída por Cristo na pedra que é o Apóstolo Pedro. Na mentalidade da época, especialmente para o cristão, todos os templos em qualquer lugar do mundo eram parte de uma única Igreja. Daí o termo Igreja Católica (universal). Irineu de Lyon em seu livro Contra as Heresias em 180 d.C relata a sucessão apostólica na igreja de Roma, a igreja que era referência para o mundo a qual todas se uniam e seguiam para a unidade, o líder da cadeira de Roma que viria a ser chamado Papa também estava à frente das demais igrejas para manter a unidade da fé. O que infelizmente não existe no meio protestante, afinal negam a Igreja e o papa. Clemente de Roma, que foi papa no século I, declarou em seus escritos a obediência das demais igrejas (templos) a igreja de Roma e sobre a hierarquia na Igreja onde se deve reinar a unidade e não a desordem. Carta de Clemente aos Coríntios escrita por volta do ano 90 d.C “Convém que nós, com tantos e tantos exemplos, curvemos a fronte e ocupemos o lugar que nos cabe pela obediência. Desistamos da vã revolta, para alcançarmos irrepreensivelmente o escopo que nos é proposto na verdade. Vós nos dareis alegria e contentamento, se obedecerdes ao que escrevemos por meio do Espírito Santo, se acabardes com a cólera injusta da vossa inveja, segundo o pedido, que vos dirigimos nesta carta, tendo em vista a paz e a concórdia.” Capítulo 63
“Mais tarde, em 325 d.C, Constantino conclamou o Concílio de Nicéia, em uma tentativa de unificar o Cristianismo.”
Apesar de um imperador ser o responsável por convocar um concílio universal, em nenhum momento ele se faz interventor em matéria de fé na Igreja. Nesta época, a Igreja ou cristianismo (afinal são praticamente sinônimos), passava por sua maior crise interna anteriormente jamais vista. A heresia ariana, defendida por Ário, ganhava cada vez mais força entre membros do clero e também por leigos simples que acabavam por se influenciar pela estética da heresia e forte dialética de Ário. A heresia consiste basicamente em rejeitar a divindade de Cristo, Ele era apenas a mais excelsa das criaturas, perfeito homem, um exemplo para todos os demais que assim como ele poderiam alcançar tal status. O que brilhava nos olhos da sociedade da época já que suas raízes helenísticas e romanas eram repletas de homens que alcançaram ser como deus. Para Ário, Cristo havia sido criado e tomado por Deus para junto de si até o momento oportuno devido a perfeição deste homem. Retrata Deus Pai como único Deus, incomunicável, o qual o homem jamais conheceria em vida. Sendo o Espírito Santo uma representação da manifestação do poder de Deus. O concílio tratou de defender a ortodoxia, Cristo Deus Filho, perfeito homem e perfeito Deus, gerado e não criado. Consubstancial ao Pai e ao Espírito Santo. Muito importante esse concílio, não é mesmo? Pois negar a divindade de Cristo é negar o cristianismo, a redenção, a salvação, o amor e a promessa de Deus. Assim como negar o Espírito Santo, é negar o Filho; e negar o Filho, é negar o Pai. Um se dá a conhecer através do outro e dão testemunho um do outro em perfeita unidade. Se defende ali a Trindade.
“Constantino imaginou o Cristianismo como uma religião que poderia unir o Império Romano, que naquela altura começava a se fragmentar e a se dividir. Mesmo que isto aparente ser um desenvolvimento positivo para a igreja cristã, os resultados foram tudo, menos positivos. Logo Constantino se recusou a abraçar de forma completa a fé cristã, mas continuou com muitos de seus credos pagãos e práticas. Então, a igreja cristã que Constantino promoveu foi uma mistura de verdadeiro Cristianismo e paganismo romano.”
Longe de ser um bom cristão, ainda assim Constantino foi um homem usado por Deus de tal maneira que não era possível de se imaginar na época que um imperador seria benevolente a este ponto para com os cristãos. Leis baseadas na moral cristã: contra o aborto, adultério, infanticídio, abandono de crianças, abandono da mulher. Cultos pagãos regados a orgias e sacrifício de nascituros, proibidos. O que a Igreja defendia foi potencializado pela lei e as ações de caridade da Igreja alcançaram ainda mais pessoas com a liberdade dada pelo Império para tal. Constantino mantinha flerte com o paganismo, até aceitava ser adorado no culto romano ao imperador e via sim a religião como uma força política para manter o império. O cristão era e é o cidadão perfeito para um estado ordenado, pessoas solícitas para o bem e para caridade, cuidavam uns dos outros e também do próximo. Por isso foi confiado a membros da Igreja os cuidados sociais gerais do império. Acabaram se tornando uma via política para o imperador, sabemos que nesta terra não encontraremos realidades fora da miséria em que o homem está sujeito. Sempre haverá neste mundo traços do pecado original, consequentemente, coisas boas e ruins acontecem. O puritanismo protestante é rigoroso para com as faltas dos filhos da Igreja Católica, porém demasiadamente brandos com o ponto de vista que defendem, deturpando a própria história e tradição cristã em prol de sua concepção religiosa. Deixando assim de exercer a razão livre de vieses. Curiosamente, Constantino pretendia se batizar no fim da vida, com o objetivo de estar com a alma pura e lavada para ser salvo em Cristo, o que acabou por conseguir fazer. Em particular, acredito que foi salvo por Nosso Senhor Jesus. Constantino de maneira alguma era influente na Igreja para matéria de fé, era necessário ser membro do clero para tal. Portanto, Constantino não criou religião alguma nem mesmo a estrutura dela, pois a Igreja já existia e já se estruturava como tal com bases sólidas. Muito menos houve ação em matéria de fé exterior à Igreja. Era o império que ruía e não a Igreja. A cruz de Cristo na Igreja de Nosso Senhor triunfou ante o império romano. As heresias eram sempre combatidas - por isso os concílios e sínodos. A questão é que o protestante se opõe à Igreja Católica em rebeldia e prefere defender as heresias. Podem ter sido gerados muitos cristãos de fé tíbia e duvidosa, devido a influência do Império que era favorável ao cristianismo e acabou por forçar pessoas a aderirem ao cristianismo, porém por parte da Igreja não é aceita introdução de heresias como vemos contra Ário. E a Igreja se esforçava por transmitir a fé e o evangelho da salvação a todos. Por infortúnio da condição terrena, teremos maus cristãos em todas as épocas e momentos da humanidade. Seja hoje, na época tratada ou na época dos apóstolos e discípulos (eis o exemplo clássico de Judas Iscariotes). Iremos por isso dizer que Cristo é culpado pela ação de Judas? Creio que não. Precisamos compreender que a Igreja é o Corpo Místico de Cristo e este mesmo Cristo prometeu que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela, estarei convosco até o fim dos tempos”. Vamos às acusações de sincretismo religioso.
“Constantino achou que, com o Império Romano sendo tão grande, vasto e diverso, nem todos concordariam em abandonar seus credos religiosos e abraçar o Cristianismo. Então, Constantino permitiu, e mesmo promoveu a “cristianização” de crenças pagãs. Crenças completamente pagãs e totalmente não-bíblicas ganharam nova identidade “cristã”.
Como anteriormente, o imperador romano jamais foi critério para afirmação da fé, sendo incapaz de definir algum aspecto teológico da religião cristã católica. As crenças “não-bíblicas” seriam de acordo com a interpretação de quem? Para afirmar tal coisa, é preciso demonstrar onde está a ortodoxia. O cristianismo não é a religião do livro, mas a religião revelada que é Cristo, o Verbo encarnado, Deus Filho que nos liga ao Pai. No século em questão, os livros canônicos ainda nem haviam sido oficialmente definidos e quem os definiu foi a própria Igreja Católica. O protestante atualmente, inclusive, precisa se rebelar contra Lutero, já que o luteranismo aceita o concílio de Éfeso que confirma os dogmas marianos.
“(1) O Culto a Ísis, deusa-mãe do Egito e esta religião, foram absorvidas no Cristianismo, substituindo-se Ísis por Maria. Muitos dos títulos que eram usados para Ísis, como “Rainha dos céus”, “Mãe de Deus” e “theotokos” (a que carregou a Deus) foram ligados a Maria. A Maria foi dado um papel exaltado na fé cristã, muito além do que a Bíblia a ela atribui, com o fim de atrair os adoradores de Ísis para uma fé que, de outra forma, não abraçariam. Na verdade, muitos templos a Ísis foram convertidos em templos dedicados a Maria. A primeira indicação clara da Mariologia Católica ocorre nos escritos de Origen, que viveu em Alexandria, Egito, que por acaso era o lugar principal da adoração a Ísis.”
Constantino não é autor ou moderador da fé cristã, observe o próprio Concílio de Nicéia onde o imperador era favorável ao arianismo e deu de cara com a parede da ortodoxia cristã. Na mente do autor da resposta, ocorre um pensamento absurdo: Orígenes morreu aproximadamente em 250 d.C após 75 anos a Igreja de uma forma mirabolante tramou este plano diabólico tornando Ísis em Maria para ganhar mais fiéis e nenhuma autoridade religiosa combateu aquilo (exceto os hereges é claro, estes sim eram verdadeiros cristãos contra a apostasia da igreja malvadona). Como não pensaram nisto antes? Seria muito melhor absorver todo o paganismo ao invés de derramar tanto sangue por séculos rejeitando o culto a falsos deuses! É engraçado como o protestante utiliza das difamações dos pagãos renascentistas (pensamento forte na época da insurgência protestante, a propósito) contra a Igreja Cristã. Usa as calúnias do mundo contra o cristianismo para defender sua opinião particular, rejeitando a história e tradição cristã. Endossando o discurso daqueles que negam a Cristo como Deus, alegando ser o cristianismo uma religião copiada e um sincretismo de diversas religiões, comparando Nosso Senhor Jesus aos deuses pagãos. Falsificando a história, evidentemente. Link sobre algumas dessas religiões pagãs comparadas ao cristianismo.
Dois pontos:
Entenda que o culto a Maria se trata de uma veneração e não adoração. De forma alguma ela é tida como divina, como deus, se sabe e se ensina perfeitamente que a Virgem é uma criatura. O católico venera suas virtudes, fé, inteira obediência e vida para Deus. O próprio Anjo Gabriel ao anunciar para ela que viria a ser mãe de Cristo, a saúda dizendo ser ela “cheia de graça”, no Magnificat Maria declara “todas as gerações me chamarão bendita”, e Isabel cheia do Espírito Santo a chama de “mãe do meu Senhor”. Todas essas expressões de elogio a Maria são únicas nas Escrituras e não seriam possíveis se os primeiros cristãos não tivessem uma grande estima por ela. Sobre o título Theotokos tenho este artigo Maria, Mãe de Deus explicando. As imagens de Maria carregando o menino Jesus são já encontradas no início do segundo século nas paredes das catacumbas, dentro desse critério insano de culto a Ísis por mera semelhança de Maria também carregar seu filho em uma imagem, podemos concluir que todas as mães que possuem foto segurando seu filho adoram Ísis.
Orígenes não inaugura a mariologia, a fé católica assim já o era antes de se tornar uma teologia bem construída. Assim como a devoção aos santos e as relíquias, como vemos em diversos escritos da patrística bem antes de 250 d.C ainda no século I. Santo Inácio de Antioquia, São Justino Mártir, São Policarpo de Esmirna, Santo Irineu de Lyon … basta ler.
(2) O Mitraísmo foi uma religião no Império Romano do 1º ao 5º século d.C. Foi muito popular entre os romanos, em particular entre os soldados romanos, e foi possivelmente a religião de vários imperadores romanos. Mesmo que jamais tenha sido dado ao Mitraísmo um status “oficial” no Império Romano, foi de fato religião oficial até que Constantino e imperadores romanos que o sucederam substituíram o Mitraísmo pelo Cristianismo. Uma das principais características do Mitraísmo era a refeição sacrificial, que envolvia comer a carne e beber o sangue de um touro. Mitras, o deus do Mitraísmo, estava “presente” na carne e no sangue do touro, e quando consumido, concedia salvação àqueles que tomavam parte da refeição sacrificial (teofagia, comer o próprio deus). O Mitraísmo também possuía sete “sacramentos”, o que faz com que as semelhanças entre o Mitraísmo e o Catolicismo Romano sejam tão numerosas que não as podemos ignorar. Constantino e seus sucessores encontraram um substituto fácil para a refeição sacrificial do Mitraísmo no conceito da Ceia do Senhor/Comunhão Cristã. Infelizmente, alguns cristãos primitivos já haviam ligado o misticismo à Ceia do Senhor, rejeitando o conceito bíblico de uma simples e adorativa rememoração da morte e sangue derramado de Cristo. A romanização da Ceia do Senhor completou a transição para a consumação sacrificial de Jesus Cristo, agora conhecida como a Missa Católica/Eucaristia.
Sobre a Eucaristia tenho este post. Os sete sacramentos da Igreja Católica existem desde a igreja primitiva e os escritores da patrística os confirmam e os relatam. O anacronismo parece ser uma patologia protestante, separam apenas aquilo que lhes convêm moldando a história e os fatos dentro da narrativa que desejam construir. Felizmente temos a oportunidade de ler todas as fontes para deduzir a lógica e não a narrativa ideologicamente apaixonada. Todos os sacramentos possuem evidências bíblicas e servem para o crescimento do cristão em Nosso Senhor Jesus. Você pode não reconhecer os sete sacramentos cristãos na bíblia devido sua livre interpretação pessoal, porém estão lá.
O mitraísmo não possuía sete sacramentos, mas sim sete níveis de iniciação. Muito diferente dos sacramentos cristãos que o são para o serviço de Cristo e quanto mais elevado em hierarquia mais se encontra a serviço do próximo (se fazendo o menor dos servos e não o maior dos senhores) como Jesus ensinou. Os níveis do mitraísmo se assemelham ao grau maçônico, não aos sacramentos cristãos. Ora, os sacramentos mitraicos são o batismo de iniciação e a ceia, sua fala colabora para com os difamadores do cristianismo que dizem que esta religião não passa de uma cópia e sincretismo das religiões já existentes. Se o cristianismo absorveu o mitraísmo, foi o próprio Cristo quem o fez, pois foi Ele quem instituiu o batismo e a eucaristia. Em quem confiaremos: nos difamadores do cristianismo e em tipos que condenam os sacramentos ou nos cristãos e na Igreja de Cristo que relataram os acontecimentos na época?
(3) A maioria dos imperadores romanos (e cidadãos) era henoteísta. Um henoteísta é alguém que crê na existência de muitos deuses, mas dá atenção especial a um deus em particular, ou considera um deus em particular como supremo e acima dos outros deuses. Por exemplo, o deus romano Júpiter era supremo acima do panteão romano de deuses. Os marinheiros romanos eram frequentemente adoradores de Netuno, o deus dos oceanos. Quando a Igreja Católica absorveu o paganismo romano, ela simplesmente substituiu o panteão de deuses pelos santos. Assim como no panteão romano de deuses havia um deus do amor, um deus da paz, um deus da guerra, um deus da força, um deus da sabedoria, etc, da mesma forma, na Igreja Católica havia um santo “responsável” por cada uma destas coisas, e muitas outras categorias. Assim como muitas cidades romanas tinham um deus específico para ela, também a Igreja Católica providenciou “santos padroeiros” para as cidades.
Sobre esta acusação de idolatria, podemos compreender melhor em meu post sobre o tema para uma explicação mais precisa. Sendo breve aqui, não há divindade fora da Trindade, apenas Deus é Deus. Pai, Filho e Espírito Santo em perfeita unidade. Somente a Deus é dada a adoração, os santos são setas que nos apontam para Deus, grandes exemplos de santidade, de fé e de imenso amor ao Senhor que nos incomoda e nos pressiona para uma vida em Cristo. A Igreja é o corpo de Cristo, e Cristo comunica seus atributos a seus filhos sendo Ele a cabeça, o mediador de todas as ações, dá aos demais membros do corpo a legitimidade de interceder, perdoar pecados, curar etc. Tudo por meio dEle e para glória da Santíssima Trindade. Os santos não são adorados, mas sim venerados, não são deuses. Os mortos podem interceder pois não há separação no Corpo de Cristo. A simbologia católica e os padroeiros nos educam para uma vida santa de amor a Deus. O que lhe parece mais sensato ao cristão? Ter George Washington como símbolo, modelo e referência de seu país ou ter Nossa Senhora Aparecida por padroeira que nos direciona para Cristo e nos comove para viver em virtude e amor a Deus? É natural que assim o seja em uma civilização cristã, elegemos por referência aqueles que mais amaram a Deus e não aqueles que se preocuparam simplesmente com este mundo. Perceba que se luta contra o próprio Reino de Cristo e seu Nome com tais difamações.
4) A supremacia do bispo romano (o papado) foi criada com o apoio de imperadores romanos. Com a cidade de Roma sendo o centro do governo para o Império Romano, e com os imperadores romanos vivendo em Roma, a cidade de Roma alcançou proeminência em todos os aspectos da vida. Constantino e seus sucessores deram apoio ao bispo de Roma como governante supremo da Igreja. Logicamente é o melhor para a unidade do Império Romano que o governo e estado religioso sejam centralizados no mesmo lugar. Mesmo a maioria de outros bispos (e cristãos) resistindo à ideia da supremacia do bispo romano, o bispo romano ascendeu à supremacia, por causa do poder e influência dos imperadores romanos. Quando houve a queda do Império Romano, os papas tomaram para si o título que anteriormente pertencia aos imperadores romanos - Máximo Pontífice.
Essa questão foi respondida no início deste post em resposta ao trecho “Constantino “legalizou” o Cristianismo pelo Edito de Milão, em 313 d.C.” Gostaria de saber qual era essa maioria de cristãos que negavam a supremacia da Igreja de Roma para a unidade da Igreja. Já que os escritores patrísticos relatam o oposto e a história demonstra o erro em que caíram aqueles que rejeitaram a sucessão apostólica. Todo dia uma nova doutrina oposta à tradição apostólica como por exemplo a defesa de não batizar bebês (o que era prática comum na igreja primitiva), cada cabeça uma sentença, cada cabeça uma nova interpretação particular aquém da tradição cristã. Uma verdadeira babel teológica sem qualquer unidade de fé. Um exemplo são as confissões protestantes discordantes entre si. Pesquise sobre a Conferência de Lausanne realizada em 1927 que reuniu cerca de 90 denominações diferentes (incluindo luterana, presbiteriana, metodista, batista entre outros) com 600 representantes no total que pretendiam formular uma confissão de fé protestante universalmente aceita para firmar a fé protestante. Preciso dizer que foi um fiasco? Não conseguiram chegar em consenso em um único artigo de fé sequer. Mais tarde em 1974 definiram 15 artigos de fé, porém continuam surgindo ainda mais dissensões dogmáticas. Só há unidade entre as denominações protestantes quando se trata de atacar a Igreja Católica. Quanto ao título de Pontifex Maximus é forçar muito a barra propor ser uma substituição direta do império, mas é claro, a igreja malvadona passou a controlar o mundo com toda a sorte de perversidades e crueldades. Com poder jamais visto, dominava as mentes e toda ação humana na terra. Um Estado Republicano Democrático Moderno possui tamanho poder sobre seus cidadãos que nem um imperador romano tirano como Nero em toda a sua glória jamais poderia imaginar, poder que um rei absolutista sentiria inveja, coloca as instruções de Maquiavel ao príncipe no chinelo. Ainda assim, com todo este poder não se consegue articular tanta maldade como a Igreja na era medieval, esses velhinhos do Vaticano são terríveis mesmo. A narrativa protestante e mundana foge completamente da racionalidade e da cronologia histórica. É natural que a capital de um império/estado/país seja o polo do mercado e da transição de tudo o que ocorre na região, por consequência, é mais viável para se comunicar informações nela do que fora dela. Com o fluxo de pessoas de todo o mundo conhecido nas redondezas, se torna muito mais eficaz a propagação do evangelho no coração do império. O que evidentemente não descarta a importância das missões por toda a terra.
“Muitos outros exemplos poderiam ser dados. Estes quatro devem ser suficientes para demonstrar a verdadeira origem da Igreja Católica. Logicamente a Igreja Católica Romana nega a origem pagã de seus credos e práticas. A Igreja Católica disfarça suas crenças pagãs sob camadas de teologia complicada. A Igreja Católica desculpa e nega sua origem pagã sob a máscara de “tradição da igreja”. Reconhecendo que muitas de suas crenças e práticas são em essência estranhas à Escritura, a Igreja Católica é forçada a negar a autoridade e suficiência da Escritura.”
Para ‘teologia complicada’ leia-se: sou incapaz de compreender algo fora da minha caixinha ideológica e de fazer um estudo verdadeiro sobre a história. Os outros pontos acabei por responder anteriormente.
Aos meus amigos protestantes e todos que possuem incertezas sobre o catolicismo. Se dê uma chance de conhecer a Igreja, a Sã Doutrina e sua história. Verás que ali está Cristo da maneira mais perfeita, nela O conhecemos e adoramos a Trindade da maneira que o próprio Senhor e seu Santo Espírito nos orientou e segue orientando através do Magistério. Procure ser justo com a Igreja ao menos uma vez, se você estiver certo a respeito dela, tudo o que irá acontecer é sua fé se fortalecer ainda mais no que já crê e quem sabe até levar católicos à verdade.
Os cristãos daquele tempo defendiam o cristianismo perante o paganismo, agora o dito cristão de hoje utiliza do paganismo para difamar o cristianismo dentro de uma concepção histórica irreal e conhecimentos rasos sobre qualquer ponto abordado.
Rogo a Deus por sua misericórdia na vida de meus irmãos protestantes, pela intercessão de todos os santos e da Virgem Maria, por Cristo Nosso Senhor. Amém.
Louvado seja Cristo Jesus pela Santa Igreja que instituiu!
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