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A Santidade

  • Foto do escritor: ocatecumeno
    ocatecumeno
  • 1 de set. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 8 de set. de 2021

Parece um tema extremamente simples, porém gera diversas controvérsias devido às múltiplas definições e maneiras de santidade que surgem nas heterodoxias cristãs. Em todas temos um vestígio do que é a santidade. O mais comum de se ouvir é que ser santo é ser separado por/para Deus ou não cometer pecados. Será que esta definição basta? É suficiente não pecar?


O que nos ensina a ortodoxia católica?

Como nos instruiu São Paulo em Coríntios 13, de nada vale qualquer das ações humanas (especialmente cristãos) se nelas não está o amor. Porém não simplesmente o amor humano (Eros), mas sim a cáritas cristã (amor divino) que nos é concedido a praticar pela graça de Deus sobre nós. Antes de tudo, a santidade parte dos méritos de Cristo pela graça de Deus Pai de se achegar a nós e nos convidar ao seu amor. O Espírito Santo nos auxilia para corresponder com liberdade este amor de Deus por nós e é em nossa liberdade que podemos "produzir" a santidade, nos méritos de Cristo agora recebemos a graça de sermos cooperadores dele e gerar méritos próprios (os quais no fim último, retornam à Deus e provêm de Cristo).


Simplificando, a santidade é a liberdade que o homem tem para praticar a caridade (caritas = amor divino). É a caridade para com Deus e para com os homens, um imenso amor onde já não opera o EU nesta liberdade mas o próprio Cristo. É entregar esta liberdade à vontade de Nosso Senhor. É amar a Deus em plenitude, cumprindo o que Cristo nos propõe em Lucas 10.27 “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”.


Perante isto, rejeitar o pecado faz parte, porém é irrisório. É como se um cônjuge se gloriasse por jamais ter adulterado, não pecar é uma obrigação moral do homem. É nosso dever cumprir as obrigações, não pecar, não é amar e muito menos ser santo. Ser separado não é ser santo, mas apenas conduzido pela graça de Deus e méritos de Cristo para a liberdade da escravidão do pecado.


Atos de santidade são todos aqueles que representam a Cáritas, a caridade, o amor para com Deus e consequentemente para tudo o que ele criou de maneira ordenada. Portanto, a santidade se inicia quando minha obrigação termina e o amor começa. Quando não faço apenas o combinado, mas além deste por amor ao alvo que é Cristo. Todos somos chamados para a santidade Romanos 8.28-30 e Mateus 5.48 demonstram. E temos diversos exemplos históricos de santos ilustres além dos já bem conhecidos apóstolos de vida notável, mártires como Santo Inácio de Antioquia e Policarpo de Esmirna, até grandes doutores como Santo Agostinho de Hipona, Santo Tomás de Aquino e Santa Tereza D'Ávila (a qual contribui grandemente conosco no tema santidade com seu livro As Moradas do Castelo Interior), pessoas simples e de vida pacata como São Padre Pio e Santa Terezinha do Menino Jesus, crianças como Santa Maria Goretti. Homens e mulheres que nos inspiram, grandes irmãos e membros do corpo de Cristo que nos conduzem ao Pai pelo ardente amor por Ele em suas vidas.


A caridade de Cristo é em nós a fonte de todos os nossos méritos diante de Deus. Os santos sempre tiveram esta convicção ardente. Sem prejuízo de que cabe ao homem corresponder, sem impedimento de sua liberdade, ao amor divino. Afinal, para que exista justiça é necessário existir possibilidade de escolha (livre arbítrio). Louvado seja Nosso Senhor, muito digno de louvor. Amém



Vocabulário:


Heterodoxia = diversos ensinos diferentes com premissas ou conclusões diferentes sobre um tema de fé; onde não há concordância no ensino


Ortodoxia = doutrina/ensino único e verdadeiro sobre um artigo de fé


Onde ler no catecismo católico?

§ 1987-2016


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